Ser (Tiago Villano)


Vivendo uma existência completamente instalada na rotina, fingimos que tudo é o mesmo. Que a vida é igual, o mesmo brilho (se é que há o brilho) as mesmas coisas, as mesmas pessoas, nos vemos sendo a mesma pessoa. E a monotonia se faz pelo embobrecimento do simples. Não há lugar para o estranhamento, para o espanto e a epifania da natureza. Não percebemos que tudo flui e que somos uma incandescência. Nossa chama que outrora brilhava, terá que aos poucos se apagar; o outono se foi e logo o inverno terminará seu ciclo. Esquecidos da fragilidade da vida, nos engessamos numa impressão de que ela parece estar garantida, sempre disponível, e, por isso acaba sendo inevitavelmente descuidada. As coisas, a natureza, os acontecimentos, as pessoas vão aos poucos se apagando, e não vemos mais sua importância. Só veremos que cada momento é único e que precisava ser vivido em todo o seu esplendor e em toda a sua tragédia quando nítidamente estivermos na iminência da perda ou diante dela. Esse poderá ser então nosso SER e nossa FONTE – ali poderemos beber a nossa água ou o nosso veneno...

Um comentário:

  1. cade vc q nunca mais apareceu aqui pra eu ti ver ou melhor pra ti ler !!!!!!!!ve se não some hein, saudades d suas palavras encantadas rsrsr dri.

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