Fluidez e Transição (Tiago Villano)


Me perguntas se és bela? Se não fosses, a lua não ascenderia suas luzes, nem o sol subria aos céus. Aquilo que vês, não é o que vês, e sim o que és. Não podes enxergar teu reflexo com nitidez, nem ver o que há de belo porque estás embriagada de mágoa, culpa e ódio. Deixe a chuva cair, deixe as nuvens passar. Olhe, olhe através de meus olhos, talvez eu possa te ajudar. Me conte um pouco de sua vida, um pouco de suas feridas, pode haver algo ainda a ser feito. Respire... Não procure se ver agora, está acontecendo... Desamarre os nós, e desgrude toda as certezas que homens doentes contaram a seu respeito. A cada dia um peso a menos? Sim, vá além de si mesma... Mas, se não suportar a angústia, poderá correr, poderá fujir para seu reflexo antigo no espelho. Finja ver a mesma pessoa quando acordar... e tudo voltará ao que era.

Nenhum comentário:

Postar um comentário