Descer na Dor...


Descer na dor é descer na raiz de vida, de existência, porque dor pode ser identificada com terra, finitude e limitação, enquanto que a superação é identificada com céu, ilimitado e além. A busca pelo ilimitado se torna desesperante, desde que tudo é indeterminado, pois na medida que faz se interpela.


O acontecimento gratuito da dor só se revela na peregrinação mais solitária, se mostrando na grandeza, onde cume e abismo são o mesmo, reunidos em um. Esse é o caminho pinacular da vida – descida e subida, esse é o auge da existência, pois o cimo do ser é ir ao mais profundo da existência, e é nesse sentido que cume e abismo estão reunidos num só. Desse modo, pode-se perceber que vida e existência são constitutivamente dor na medida que são ação.

Pois ao tentar ir a profundidade da existência, com empenho, encontramos, na verdade, o fundamento da vida, isto é, o pináculo, donde podemos afirmar que cume e abismo são um e o mesmo, pois no abismo (na profundidade) encontramos o cume (fundamento) da vida. E é nesse eterno devir que se instala a vida em sua plenitude. (Parafraseando o Zaratrusta de Niezsche)

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