Sintonia no ciclos da vida





Ja desejei não mais chorar pensando em não mais sofrer. Já desejei não mais amar para não mais me machucar. Já desejei não mais ter amigos para não mais me decepcionar. Já desejei dormir e não mais acordar para poder descansar. Mas a vida ensina que tudo serve para nada e nada serve para tudo. Viver é descobrir que não há senão caminhos para conduzir a uma existencia legítima, apenas um: O seu próprio caminho. E o segredo que tanto buscas, aparece e desaparece na insconstancia da vida, viver é se surpreender. Não perca o interesse pela vida, não ache que já descobriu tudo sobre a vida. Quando não há tristeza, é porque a alegria esta debaixo de nosso travesseiro e quando há apenas alegria é porque a dor dorme e descansa até o limiar do próximo nascente.

(Jean Monbourquette)



Todo o amor, todo o talento, todo tempo, toda a aplicação. Todas as alegrias, todas as carícias, todos os sofrimentos, todas as promessas, todas as preocupações.

Tudo esta perdido. É o grande vazio, é a morte, é o nada. Graça da evidencia, dura e tranquilizadora realidade.

Abandono completo. Minha dor se transforma em luz, em purificação, em vida que jorra. Por que devo morrer deste modo, para aprender a viver?

(Jean Monbourquette)

Terminalidade



No fim sei retornarei de onde vim... do pó vieste e ao pó retornareis... Poeira do espaço... Gostaria de ser cremado e como sei que nesta hora terei de estar sozinho, coloquem minhas cinzas dentro de uma garrafa de vinho.

No fundo, gostaria de ser uma garrafa de vinho... Para aguardar em plena serenidade o momento de ser celebrado. O momento solene de alegrar ou inebriar o bohemio, o poeta, o homem de Deus, a prostituta, o rapinante, o homem de negócios... Enfim, trazer dionisíacamente o ensejo do ledice sabor: Vida! Uma vez mais Vida! E nesse momento todas as nossas dores serão esquecidas...