O amor dos casais... (Tiago Villano)


Aqui dos telhados de casa o mundo parece ser mais calmo. É noite e o silêncio se torna mais intenso. É frio mas, o pouco de vinho se faz suficiente. Estrelas, escuridão e nuvens... Casas, prédios e luzes. Fico pairando sobre meus pensamentos, eles sãos muitos. Mas, em uma rua deserta passa um casal bem de longe, abraçados e sob os mesmos passos. Paro e logo penso: na vida, no amor e nos seus percalços.

Há os casais que se amam, cujos parceiros parecem ser feitos um para o outro. Fico a pensar que o fim da história nunca é muito feliz. Isso porque, se o outro me completa e vice-versa, o risco é que nenhum deles possa sobreviver, não como ente separado e distinto. A mistura poderá os confundir, e se um não vive sem o outro, ambos não poderão sobreviver à separação, morrerei logo em seguida (matando-a ou matando-me). Sempre vemos isso em jornais (Linderberg) ou mesmo me literatura (Romeu e Julieta). Tentação irresistível...

Mas maioria de das pessoas acaba por viver relações menos intensas, nada interessantes e claro, menos fatais. A maior parte delas se preocupa com viagens, despesas, criar filhos, mudar de casa. Mas talvez nesses casais, sem o tempero da intensidade, química da pele e dos exageros um dos parceiros vive com a sensação de que sua escolha amorosa foi covarde, resignada? Por um falso otimismo ou simples covardia? Ele não é bem o que eu queria mas, fazer o quê... Assim, se torna fácil colocar a desculpa de que o amor é uma idealização. Mas será? Se for uma idealização (tentação irresistível) ela existe, na mente e na vida. Pois vemos o amor tragédia, o resignado, o monótono, o sem-graça, o exagerado e mesmo o romântico ao nosso redor.

Será por isso, que os casais normais são chatos? Porque eles não se permitiram vivenciar nada além dos padrões? Defendem-se com argumentos religiosos, morais, sociais. Alguém que crítica a loucura de um casal, pode parecer razoável mas, no fundo é pequeno e covarde. Não vemos as coisas como elas são, e sim a partir de nós mesmos. Vemos o que somos! Por isso, fácil julgar e condenar. Aquilo que bate em meus desejos reprimidos ou problemas mau resolvidos - me revolta logo, atiro pedras. Dirá você: Eu vivo uma vida normal! Viajo feito louco, como fartura, malho, corro, tenho uma crença, compro, gasto, vou ao banco, ao shopping, tenho amizades, controlo as emoções, escovo os dentes depois das refeições, vou ao cinema, leio jornais, como apenas nos horários certos, evito gripes e resfriados, me cuido...

Ufa!!!! Mas será que você se deixa tocar pela vida? Existe um ser humano aí dentro? Ou apenas um ser autônomo, perturbado pela insônia e pelo tédio nos dia de ócio? Sente seu corpo? Sente suas emoções? Sabe do que precisa? Se permite chorar, pelo belo e pelo trágico? Consegue ser você mesmo ou segue apenas regras? Se anula e se reprime o tempo todo, preocupado com: o que vão pensar de mim?

É engraçado os percursos amorosos das pessoas. Na maioria das vezes, elas não passam de poucos momentos alegres, servidos em uma mesa triste: porque as relações que não conseguem transformar e enriquecer ambos, inevitavelmente se torna empobrecedora. No mais dos casos, ou ambos estão resignados, distantes e conformados ou um dos parceiros ainda está tentando mudar o outro... Amando aquele a quem ele próprio inventou.

À vida! Um último gole de vinho! Boa noite...

2 comentários:

  1. minha visao imprecisa se define mais com o meu amadurecimento e a reflexao, entao, tentamos o impossivel; a fusao total nao existe; o essencial as vezes nem pode ser compartilhado?penso q no curso de nossa existencia precisamos aprender essa coisa chamada ¨ser feliz¨

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  2. JÁ VIVI A ÉPOCA DE ME PREOCUPAR COMO DITO NO
    TEXTO: O QUE OS OUTROS VÃO PENSAR DE MIM ?
    PURA TOLICE. PASSAMOS POR PROBLEMAS E
    SOBREVIVEMOS SER TER QUE ACRESCENTAR ESTE
    FARDO,MEU DEUS COMO É UM FARDO PREOCUPAR-SE
    COM O QUE DIRÃO DE NÓS. DEVEMOS VIVER A VIDA
    LEVE PREOCUPANDO-SE APENAS COM O QUE O SER
    DIVINO ACHA DE NÓS. NÁDIA ALEXANDRUK

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