"Jardim"... além ... (T. Villano)


Conheci um Jardim por coincidência (Deus está nas coincidencias diria Nelson Rodriguez). Bem, aconteceu que esse Jardim me deixou curioso e dês-comportado. Penso nele em intervalos desconexos que oscilam entre segundos e minutos, mas não horas. Continuo a me ver caminhando sob um Jardim escuro, creio que sempre haverá lugares escuros nele. Mas na escuridão me encontro e vejo em intervalos de luz: desejo e sonhos. Vejo e o Jardim me vê. Às vezes, sinto que nesse Jardim eu possa me perder de mim mesmo. Minha entrada nesse jardim foi rápida e violenta, como um parto antes do tempo. E reluto a entrega, o nascimento. Mas nele esqueço da rotina, pois não há tédio além da sua entrada. Nele, existe um rio, onde sonho me deixar levar pelas correntezas, flutuar em sua superfície... Mergulhar em suas profundezas. Também nesse Jardim existem flores, plantas e muita terra. Namoro bastante com todos os perfumes e frutos de suas árvores. Beijo e quando fica muito tarde, me despeço. É gostoso a espera por mais um dia. Gostaria em algum momento, de acordar de madrugada nesse Jardim e com sede apanhar do rio um copo de água. Tenho medo de que um dia tranquem a entrada desse Jardim e eu não possa mais entrar, explorar, brincar e descansar nele. Por isso, faço tudo o que posso: cuido, agradeço, converso, ouço, trato com muito carinho e rego de amor e água, toda a vida que há nele.

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