
Balzac

"É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música."
"As mulheres vêem tudo ou não vêem nada, segundo as disposições da sua alma: a única luz delas é o amor."
"Dentre todas as criaturas, a mulher é a mais perfeita: é uma criação transitória entre o homem e o anjo."

Echoes and silence, patience and grace. All of these moments i'll never replace. People I've loved, I have no regrets. Some I remember, some I forget. Some of them living, some of them dead. All I want is to be home.
- Ecos e silêncio, paciência e graça. Todos esses momentos eu nunca substituirei. Das pessoas que amei, não tenho nenhum pesar. De alguns eu me lembro, de outros me esqueço. Alguns deles estão vivos, outros mortos. Tudo o que quero é estar em casa.
Trechos da música "Home" - Foo Fighters.

"Hoje digo a ela que a amo", resolveu impulsivamente. Quase impulsivamente: pensara por alguns segundos antes de lançar o decreto à mente, procurando a melhor colocação pronominal. Amo ela. Amo-a. A amo. Uma breve dúvida de forma, insignificante perto do que queria dizer com todas as letras: amo-a, mais do que sei de línguas e palavras. (R. M. Rilke)
Amor, Transformação e Transcendência (Tiago Villano)

Ele não sabia ao certo porque a amava. E questionava-se acerca do inquestionável. Segundo ele, ela tolera com leveza o ócio do domingo. Não lhe cobrava além do que podia lhe dar. Quando lhe perguntava algo, seus comentários eram sempre inteligentes. Ela seduzia e ao mesmo tempo era dotada de bom humor. Quando sua era vaidade é posta à prova e seus (nossos) ridículos escancarados; conseguia rir de si mesma. Quando ele precisava de uma conversa séria, contar um problema, mesmo que banal, talvez se debruçar sobre seus ombros, talvez chorar: ela sabia ouvir e nunca fazia comentários que pudessem derrubá-lo (mesmo quando contava suas dores triviais). Com ela, podia brincar de infantilidades e ao mesmo tempo amar intensamente planejando o futuro de seus filhos. Na cama, não havia regras; entrega, fusão, metamorfose. Seus cabelos cor de ouro, seus olhos escuros e intensos. A maciez de sua pele, suas mãos fortes e delicadas. Seu corpo sem excessos, sem carências. Seios, pernas e pés... lisos, macios, marcantes. Seu doce hálito. Seu cheiro inconfundível. Tudo isso, ele via apenas porque conseguia amar. Sabia que seu amor iria além do físico, transcendia os limites do provável. Pois, ele escolheu aquela mulher para ambos envelhecerem juntos e observarem seus próprios corpos definharem mas, suas almas crescerem num raio de incandescência e brilho: amadurecimento. Esse era o sentido da vida. E ele sabia que se ambos perdessem um ao outro: a vida perderia o significado. Não porque ambos dependiam um do outro para viver, não porque ambos não tolerariam a solidão e a angústia de recomeçarem seus caminhos. Mas, unicamente porque não haveria mais amor, não amor: - ESSE AMOR. Sabiam que aquilo que viviam, não acontece duas vezes, pessoas não são substituíveis. E que ambos conseguiam crescerem e se transformarem pela inércia de um amor único. Era nessa existência que ele tinha que acontecer. Nunca mais se repetiria. Sabiam que nada... nada... nada do que ainda pudessem viver seria como esse AMOR.
Suicídio

O suicídio está aí (quem sabe, escolha?) então há como questioná-lo, não há como julgá-lo. Porque as decisões sobre o vivido não são lógicas, e a decisão pessoal, em qualquer momento de nossa vida, embora aparentemente se resolva num sim ou num não, esconde conflitos irresolvíveis, ambiguidades insondáveis, perguntas jamais formalizadas, perguntas que nem sequer procuram resposta, mas que rodam sobre si mesmas em espiral infindável. Essa imponderabilidade em relação ao que cada um de nós vive (...) é a fragilidade que sustenta nosso existir. Então, qual a razão de perguntarmos, por quê? Não se pode dizer. Estamos perguntando sobre algo alheio a resposta, no contexto explicativo, será também alheio. Pela curiosidade intelectual, nos livramos de assumir (com propriedade) a pergunta. Pergunta: E quando numa filosofia do absurdo a marca da autenticidade violenta o homem na apropriação de um espaço sem outros horizontes do que aqueles que o atam definitivamente a um destino? Quando só resta a clareza do momento presente, quando a lucidez se instala numa vida sem futuro, sem esperança, sem ilusões?
"Um gesto como este se prepara no silêncio do coração, da mesma maneira que uma grande obra. O próprio homem ignora (...) Começar a pensar é começar a ser minado. A sociedade não tem muito a ver com estes começos. O verme se acha no coração do homem. É ali que é preciso procurá-lo. É preciso seguir e compreender este jogo mortal que arrasta a lucidez em face da existência à evasão para fora da luz". (Camus)
Mas, em regra, quando se suicida um próximo de quem gostamos e que gostava de nós, não atribuímos vergonha e culpa a terceiros: esses sentimentos surgem em nós, ao descobrir que nossa presença e nosso amor não bastaram para que o outro quisesse viver. Em alguns casos, essa ferida nunca cicatriza. Quando o suicida é nosso pai ou nossa mãe, o sentimento de não termos sido a razão suficiente para ele ou ela viverem fica conosco para sempre, como um fundo melancólico, como a sensação de uma insuficiência essencial ou de uma impossibilidade de sermos amados. A verdade é que, uma vez os fatos acontecidos, somos capazes de interpretar, de encontrar explicações e mesmo de assumir responsabilidades e culpas que temos ou não temos. Mas tudo isso apenas retroativamente.Em matéria de comportamento humano, somos quase sempre incapazes de prever. Não sei se é um mal: talvez essa ignorância seja a condição de nossa liberdade (C. Calligaris)
"Assim extraio do absurdo três consequências que são minha revolta, minha liberdade e minha paixão. Apenas com o jogo da consciência transformo em regra de vida o que era convite à morte e recuso o suicídio" (Camus)
Perfume...

Seus cabelos de manhã lavados e secos ao sol do pequeno terraço estavam da seda castanha mais antiga (...) passou perfume na testa e no nascimento dos seios – a terra era perfumada com cheiro de mil folhas e flores esmagadas. Usava um perfume levemente sufocante, gostoso como húmus. Usaria brincos? Hesitou, pois queria orelhas apenas delicadas e simples, alguma coisa modestamente nua... (Clarice Lispector)
Símbolos
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