Velejar... (Tiago Villano)


Em águas límpidas viajo... estou velejando sem destino...
O vento e as gaivotas assopram o caminho...
Fico a pestanejar num devaneio sem fim...
Não tenho intenções, nem convicções...
Tenho apenas a mim mesmo!
E empresto minha solidão aos passageiros solidários...
Em serenidade aguardo o apito dos céus...
Onde essa imensidão sagrada toca meus sentidos...
Atentamente contemplo o asceno do horizonte,
A convocação do nada onde os tripulantes virão de longe
Logo o dia descansará para noite chegar...
Relembrando a fonte misteriosa e os enigmas da existência...
Ressoando o fugor da morte... que logo irá tragar
As memórias daqueles que souberam esperar...
Estou velejando sem destino...
Sinto apenas o vento, vejo apenas as estrelas e o negro abismo em torno delas...
Vaga-lumes me acompanham na estada do incerto...
Celebrando a instabilidade organizada onde o caos apronta seu ninho...
Acarinhando seus futuros ovos com alento e carinho...

Nenhum comentário:

Postar um comentário