E no fim...


(...) "Nossa morte nos parece acabar com tudo o que importa. Somos, portanto, especialmente sensíveis ao fim do dia, cujo espetáculo acarreta consigo a lembrança dolorosa do fim de nossa jornada, que se aproxima". (C. Calligaris)

A psicopatologia reconhece, aliás, a existência, em alguns indivíduos, de variações sazonais do humor: depressão no outono e no começo do inverno e, às vezes, exaltação maníaca na primavera. Pode ser que a alternância das estações, sobretudo onde elas são mais marcadas, longe do Equador e dos trópicos, produza mudanças no metabolismo. Mas pode ser, simplesmente, que a alternância das estações lembre o ciclo de nossa vida, e o outono seja o equivalente anual do fim da tarde de cada dia...

Na "Divina Commedia", Dante descreve assim o fim da tarde: "Já era a hora em que o desejo volta aos navegantes, e seu coração é enternecido pela lembrança do dia em que disseram adeus a seus doces amigos; é também a hora que fere de amor o novo viajante, se ele ouve de longe um sino que parece chorar o dia que está morrendo."

Um comentário:

  1. Cada dia que termina nos dá a esperança de um novo amanhecer.E que o dia seguinte trará novas conquistas,novos desafios,novas alegrias e tristezas. Enfim, um novo recomeço ao amanhecer. A sabedoria que adquirimos através do passar dos anos faz com que procuremos agir da melhor forma possivel para que este novo dia ao chegar o seu fim seja coroado de exito.

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