Rilke


A vida brota do mais profundo de cada um de nós e essa incursão (que é quase um excurso) pode, em minha opinião, ser comparável a um retorno ao momento primordial e primeiro da nossa existência, quando submersos no líquido amniótico, distantes do mundo ao qual em breve pertenceremos, apenas nos chegam os disformes fragmentos de algo que desconhecemos.Aceitá-lo como um destino e nunca pretender uma recompensa vinda do exterior. A visão do criador como um microcosmos (“o criador deve ser todo um universo para si próprio”) que se basta a si próprio e nele tudo encontra, bem como no pedaço da natureza com que se identificou, conduz ao internamento do “Eu” em si mesmo, a uma solidão “estratégica” que se refletirá em poesia. A introspecção trilha os caminhos próprios necessários à maturação do “Eu” e à inevitável identificação da arte com a vida. As respostas do discípulo só poderão ser encontradas em si, no “espaço” mais solitário e simultaneamente mais povoado que existir possa, o espírito. (R. M. Rilke)

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