Na noite passada eu sonhei...


Antes de dormir, fui dormir com o gosto de carvalho em minha boca, gosto de húmus, com perfume doce de um vinho que não se repetirá. No sonho, sangue e algodão... são cores que enxergo em uma sinestesia desenfreada. Noite? Dia? No céu azul eu via o sol mas também a lua... Acordei do sonho dentro do sonho. Ah! era um sonho lúcido... Via-me num grande campo verde, rodeado de animais selvagens que me observavam, a espreita... Não tinha medo, estava prenhe de uma alegria serena e um sorrido juvenil... sabia que era perigoso mas evitava dar passos p/ trás... Me arriscava como quem provoca a morte sabendo que não se morre no mundo da própria criação... Eu tinha o controle de tudo menos de uma coisa: o desejo e o medo... E corria p/ o precipício sabendo que não devia, que não podia... mas queria aprender a voar mesmo sabendo que minhas asas estavam na mão de uma mulher... E caía em camera lenta, despencando do nada ao nada... num sonho estranho, sem interpretação ou explicação...

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