Privacidade



Perdemos a privacidade?



Estamos nos expondo desnecessariamente e cada vez mais? Escondemos nos sorrisos, nos disfarces dos protocolos nossa dor, nossa angústia, nossa necessidade de compartilhar a existencia. Será que para ter a garantia que sou feliz, preciso testemunhar que os outros vejam minha felicidade?



É preciso prezar a intimidade. É preciso cuidar da privacidade. A excessiva exposição, o modo como nos exibimos em sites de relacionamento, em fotos postadas, em comportamentos de auto-afirmação de felicidade, a necessidade de sermos vistos, invejados, admirados nos causa um grande vazio. Por que? Porque nos torna superficiais. A superficialidade vive no escancaramento da privacidade, no estupro da intimidade. Nos tornamos fúteis quando nos preocupamos com a vida do vizinho, com a ostentação e a busca de sermos vistos, com a necessidade de exibirmos o que fizemos ontem, que fui a europa, andei a cavalo, nadei, sorri, senti, sorri, quando queremos nos comparar e espiar os "posts" dos amigos virtuais que na realidade nem conhecemos! Me olhe, sou mais feliz que você, olhe pra minha privacidade, aqui eu mostro até com quantas pessoas eu fiquei e transei! Me olhe! Me deseje... Como diria Zygmunt Bauman, não criamos mais vínculos, criamos redes sociais... Basta um clique no FaceBook para eu deletar alguém ou adicioná-lo como "amigo". Aliás, a palavra amigo perdeu seu significado... em breve teremos um novo dicionário...



Se não prezamos nossa privacidade nos tornamos superficiais...


Do mesmo modo que compartilhamos os momentos alegres com verdadeiros amigos, também há necessidade de compartilhar nossa dor, nossos momentos de tristeza, sem censura e sem a frívola necessidade de mostrar que somos apenas o gozo e extase da uma ejaculação precoce.


Amigos... prezem a privacidade!

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